Lua
Cais da Língua

Não quero ser pra você uma fase como dessas da lua. Quero ser sua ferida aberta. Deixar cicatriz e de preferência nunca cicatrizar, não para causar dor, mas sim prazer, que por Deus, só vivendo pra sentir.
Te fiz chorar hoje, perdão. Atrás de minha palavra rouca e firme é que está toda a doçura que só você consegue ter e ser.

Formou-se sobre todas as águas, todos os tempos a sombra da suprema felicidade. É como se eu estivesse puro, no tal estado agudo de felicidade. Se inventarem amor maior que o seu é porque não existirá mais amor. E é de amor que você vai morrer, de mãos dadas a mim, a Deus e aos filhos que nunca poderei te dar.

Era pra ser daquele jeito, da vulgaridade nasceu isso, e feliz daquele que tiver um amor vulgar e cru.

O amor começando da própria raiz é singularmente vulgar. Vulgar mesmo é quem nunca amou e se embrutece com isso.

Eu estou feliz e irei amar mais do que posso, pra aproveitar ao talo o prazer. Andar por todas as montanhas e do bem alto cair, pra na queda encontrar o ápice de tudo, o começo de tudo, sem qualquer lógica e esquecimento.

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4 Responses
  1. muito bonito esse poema
    quando eu crescer quero
    ser igual vc.escrever
    muita coisa bonita.rsrs
    parabéns!



  2. Bruno Says:

    As mais puras e brutas verdades! Os amores que nascem da vulgaridade são sempre mais intensos mesmo. São amores que nascem nas origens e desembocam no mais profundo da alma da gente. Amor que já veio entregue...
    Fodão!


  3. Coisa boa, muito boa. Linda como só você faz.

    Encantador mesmo.

    Abração
    ;)