Cais da Língua

Ainda que triste sinto com frieza o vento passear por meu rosto. Consigo foi minha esperança e contigo veio minha tão merecida calma. Ainda dói ver o que em mim já é passado, ainda pula no meu peito aquele resto seu e vai continuar pulando até que você venha e o pare. Daqui a poucos dias será um novo ano, mas quase tudo em mim continua velho. Quem dera ter com força aquela antiga esperança, quem dera ter com força sua presença. Logo a mim que sempre fui tão sereno, o destino inventou de me testar. Logo eu que sempre senti ao máximo a diferença. Ta tudo passando e misturando, agora não sei mais quem passou e quem é pedra. A boca que tanto supliquei e a que me suplica são uma coisa só. Como pode meu Deus fazer isso? A culpa disso tudo não é minha, não sou réu e meu chão não é céu. Tudo queimando em mim.E cansado de mim registro tudo pra um dia ver que vivi, que toquei a vida sem luvas, sem capas e vi a morte sentar-se ao meu lado pedindo um pouco de paz.


ps. nem sabia da existência desse texto. :p

Marcadores: 7 comentários | edit post
Cais da Língua

Antes que me permita
Antes que mal digas a hora prevista
Deixe-me ver por outros olhos
Por outros meios
O gosto de um pouco mais de vida, querida

Sendo inevitável sua visita
Vista-me
Não quero feridas

Nem quero saudades
Na verdade eu nem te quero

Mas já que é insistente e muito certa
Leve-me com cautela
Seja lá pra onde for
Já que o caso é levar
Já que o caso é partir
Que me partam os raios