Cais da Língua

Quem dera as promessas fossem verdadeiras
Quem dera minh'alma resistisse a isso
Quem dera Deus tomasse parte
E partisse tudo ao meio
Quem dera eu fosse azulejo
Preso
Duro
Sem amar.
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Cais da Língua

Amor

Se há ciume

É porque há desejo

Passo horas

Em frente ao espelho

Tentando te enxergar

Visto que temos o mesmo nome

Na hora de assinar

Tento eu assinar seu reflexo na minha face

E por mais que acabe

A distancia

A maldade

O amor

Eu vou viver sem paz

Sua beleza me enfeitiçou

Seu pudor quando me pega

É calor mesmo de pernas aberta

Sua língua quando me corre

É frescor

É bem quando fico externa

Ser materna

Na hora de dar leite

Ser fraterna

Na hora de dar as mãos

Ser vulcão

Na hora de deixar de ser
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Cais da Língua

Talvez merecesse ser preso
Esse meu amor bandido
Que tenta roubar sem medo
O amor do dançarino
E em matéria de roubo
Um ladrão profissional
Pra que dança, se a paixão é fatal?
O amor bandido se apaixonou pelo policial
Vive implorando por prisão perpétua
Coitadinho... isso é assunto judicial
Na audiência da vida
O réu é confesso
perpétuo, travesso
Um coração de animal
O policial sem saber que rumo tem
Fica olhando na janela nave espacial
Sonhando um dia ser abduzido
Por um amor menos real
Um amor daqueles! coisa e tal...
O destino coroado juiz
Oferece-lhe mais
Um poeta com poucos cabelos
Infinito demais
Pra dançar na noite
E perder de ver a lua em seus braços
Arrependido por ser ladrão
Queria mesmo era ser sortudo
Pra ganhar,
E não ter que roubar
Sua paixão
E o final feliz vai ser
Se algum dia me prender
E sair nos jornais
Estampado na capa
"Absurdo Nacional:
O amor bandido roubou o coração do policial!"


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Cais da Língua


Já pedi a chuva

Que levasse com ela

O fel dos teus olhos

Que levasse pra Deus

Teu sorriso dos diabos

Que levasse o adeus

E rasgasse os contratos

A saudade é maior do que eu...

O que faço se a pele quer contato?

O que digo se gosto mesmo do seu riso?

É ele que me perturba

E que me acaba

Tirando ate o talo

O ar do meu suspiro

Tirando até o peito

Ficando tudo maciço

A lembrança me atormenta

A maldade me condena

O amor, se há amor me maltrata

Tudo ferida, a ferro magoada

Matem a saudade antes que ela me mate

Matem o rumo tomado por nossos corações

Matem a mim ou

Arranquem-me os tendões

Antes que eu corra em sua direção

Antes que eu caia em plena solidão

Antes que pare de chover e as lágrimas sequem

Antes que o verão chegue e o orvalho suma

Antes que escureça o verde nos teus olhos.

Cais da Língua

No quarto pequeno
A orgia de dois
A nostalgia feroz
As unhas nas minhas costas
As pernas postas
Os gritos quase abafados
Meu corpo posicionado
Na cômodo desforrado pelo acaso
Pelo destino
Abstrato
Fazendo da vida
Surpresa
Fazendo da vizinha
Testemunha
Fazendo da calunia
Fato
Todos os sentidos aguçados
E nos cabelos por você esticados
A dor transformada em prazer
Como eu queria ser
Aquele retrato na parede
Pra te ver todos os dias
E em maresia
Tonto do que via
Agradecer a Deus
O milagre que é
O corpo teu
Rir do que houvera
Como se fosse primavera
O calor do verão
Como se fosse chama
Posto que é vela
A sedução
Com a qual me ganhara
Na cama suada
Maltratada pelo nosso movimento
Seu membro atento
Aos meus sinais
Seus pêlos contra os meus
Eram rivais
Seu gemido avisando
Final da guerra
Os corpos agora pediam paz
E crucificar mais tarde
O abandono dos teus lábios
A saudade que me consome o tato
O olfato
Os sentidos
Os gritos
Aflito jogo os dados
E aposto na vida
Uma chance talvez
Um pouco de solidez
Nas palavras escritas
Nas rimas
Pra contrastar com a fraqueza
Que você me trás
Pra encarar sua beleza...
Eu quero mais!
Cais da Língua

Na tela da parede
Junto à pintura borrada
Enxerguei minha cara
Recém dada a bater
Enxerguei meu medo
Meu principio destruído
Tudo virou desejo
Espelho invertido
Mostrando que sou feliz
Gritando ao pé do ouvido
Quem dera, Jesus Cristo
Ser poeta a vida toda
Sem que fosse magoada pelo destino
Quem dera ser amada
Sem o exílio
Do coração
Malditos conflitos
As conversas de político
Revelando sua podridão
Jamais terá meu perdão
Você levou minha fé
Minhas testemunhas
Minha alegria
Só deixou a saudade
Imunda
Volte pra sua oriunda
Já que me considera puta
Vou ser puta da vida
Porque esta me tem o tempo todo
E me faz da puta sem dono
A dama feliz
Rainha dos escombros
Faz-me do tempo, amigo.
Do charlatão um parente distante
Ficando só comigo
O troco da passagem
Realidade
Orbitante
Vestida no meu organdi
Vermelho esvoaçante
Vou a rua mostrar pra que vim
Feliz
Envolta a diamantes
Atiro-me
Homens me param
Eu miro
E jogo no peito atento
O beijo encardido
Tudo ao relento
Pobre bandido
Que por mim se apaixonar
Serei sua mulher
Enquanto o dinheiro
Durar
Serei o seu afago
Seu veneno atravessado
Seu tiro engajado
Sua overdose na veia
Dama ou cortesã
Quero é me divertir
Não to mais aqui!
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Cais da Língua
Das coisas que me chamaram a atenção
Muitas são talvez do coração
Além de mim
Não quero ir ao fim
De tudo isso
Só te peço uma chance no quarto
Quero novamente seu sorriso branco
Seu cabelo Crespo
Teu peito
"Jesus" tatuado no braço
Quero novamente suas coxas grossas
Sua cara de descarado
Sua carona no carro
Quero que seja meu homem
E sei que pode dar mais além de calor
Nada ficou intacto
Quero mesmo seu amor
Se é que amas alguém de verdade
Se é que sentes saudade
De outra coisa que não seja sexo
Mandar-te-ei cartas
Em anexo minha fotos
Na dedicatória um breve comentário
Deixando ressaltado
O quanto a vida é linda ao teu lado
O quanto falta de mim em mim
Sem você aqui dentro
Vamos ter um filho
Flamengo será o seu time
Gosto das cores que quase combinam com teu nome
O que me disse foi demais
Vazou
Não pude ficar quieto
Por isso o povo já sabe de nós
E que preparem uma esquina
Iremos passar
Para nosso amor vulgar
Uma dose de cachaça
Para você singular
Belas palavras
Para o orixá
Comida da boa
E é com fé nele
Que em breve você estará
Sentado no meu sofá
Conversando com mainha
Aquela mesma ladainha
O que é o louco e breve espaço de te amar
Não precisa mais me chamar a atenção
Visto que já tem
Não só o coração
Mas o corpo inteiro
A alma também
Por isso é que esnoba
Provido de tanta fartura
Vai embora
Sem nem dizer Adeus
Pedindo a Deus
Um pouco de paz
Pois ser amado
Traz confusão na cabeça
Traz arrependimento da traição
Traz aflição
E é assim que um dia
Hei de morrer de te amar
Hei de te matar de amor
Hei de me cansar
De ter tido pouco
O calor eterno dos teus braços
O sufoco amigo dos teus lábios
O prazer infinito que é estar contigo