Cais da Língua

Na tela da parede
Junto à pintura borrada
Enxerguei minha cara
Recém dada a bater
Enxerguei meu medo
Meu principio destruído
Tudo virou desejo
Espelho invertido
Mostrando que sou feliz
Gritando ao pé do ouvido
Quem dera, Jesus Cristo
Ser poeta a vida toda
Sem que fosse magoada pelo destino
Quem dera ser amada
Sem o exílio
Do coração
Malditos conflitos
As conversas de político
Revelando sua podridão
Jamais terá meu perdão
Você levou minha fé
Minhas testemunhas
Minha alegria
Só deixou a saudade
Imunda
Volte pra sua oriunda
Já que me considera puta
Vou ser puta da vida
Porque esta me tem o tempo todo
E me faz da puta sem dono
A dama feliz
Rainha dos escombros
Faz-me do tempo, amigo.
Do charlatão um parente distante
Ficando só comigo
O troco da passagem
Realidade
Orbitante
Vestida no meu organdi
Vermelho esvoaçante
Vou a rua mostrar pra que vim
Feliz
Envolta a diamantes
Atiro-me
Homens me param
Eu miro
E jogo no peito atento
O beijo encardido
Tudo ao relento
Pobre bandido
Que por mim se apaixonar
Serei sua mulher
Enquanto o dinheiro
Durar
Serei o seu afago
Seu veneno atravessado
Seu tiro engajado
Sua overdose na veia
Dama ou cortesã
Quero é me divertir
Não to mais aqui!
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