Cais da Língua

Hoje soube algo e isso me inquietou com sofreguidão. Infelizmente descobri que a felicidade alheia depende da derrota dos outros. Sou amado e amo como resposta, mas para o resto isso dói e causa vontade de ser. Ser o que não é e assim por diante acabar. Nosso amor dura e vai durar, se acabar é porque atingiu o êxtase máximo e não pode prosseguir. Seremos amigos pra matar vontade, pra deixar saudade e sufocar o riso, aquele que damos nas conversas cheias de verdade. Relembrar a nostalgia boa, passar o tempo sem fazer nada e ficar com vontade de voltá-lo pra nunca mais acabar o amor que as vezes é passageiro. Que nossas almas se visgem, se amarrotem e criem calos, pra não soltar, pra não fugir, pra matar de amor o amor. Que o nosso coração se rompa de coisa boa, que a minha saúde seja a tua, que você viva pra contar aos filhos que um dia já amou e fez o mais espetaculoso espetáculo: o de me fazer amar outra vez!
Você deu dentes a minha alma e assim ela mesma sorriu, fazendo força pra esbagaçar o rancor. E já não me importa o que dizem, porque o que menos procuro é o que mais acho; o teu silêncio dizendo nas mãos que me ama, e nas pontas dos dedos trêmulas, a resposta pra todas as perguntas.
Como duas coisas que não se separam, estamos nós- tontos de amor no frio do inverno.


Texto antigo mas que tem um significado enorme pra mim.
Cais da Língua

Já me basta esta sensação de fim

Este suposto sossego

Essa dor no peito

Eu quero sair

Correr pro leito

Do rio

Eu quero fugir da morte

Investigar se Deus existe

E quem quiser que me julgue incrédulo

Ou ateu

Só sei que sou poeta

E definitivamente

Não nasci pra morrer