Cais da Língua

Sem nexo e nada anexo
Parti para cidadezinha

Mão atadas
Olhos vedados
Água salgada
Circo armado

A rosa branca beirava o mar
Nossa transa beirava o mar
As oferendas beiravam o mar
Já o mar nada beirava

Parado fiquei entre mim e você
Entre a misericórdia e a solidão
Entre nós e o não existirmos
Assim pude ficar
Não mais que caído
No seu peito maciço
No seu corpo dourado
No seu braço flechado
Apenas meu rosto parado
Debruçado
Recortado
Nem por tesouras nem por quadrados
Nem por marujos nem por soldados

E Deus riu

O menino acendeu o cigarro
E perguntou aquilo
Respondi quase calado:
-Quantos amigos?
Marcadores: edit post
9 Responses
  1. Unknown Says:

    lindo... como eu lol


  2. Anônimo Says:

    lindo...
    eu fiquei no mar hoje.


  3. O mar me abandonou...
    Vou atrás dele...
    ...


  4. E pensar que estou a caminho do mar em alguns dias. Aliás, e pensar que vivo de frente para ele...

    Me fez pensar, enfim.


  5. Bruno Says:

    Me impressiono sempre que passo aqui!
    Te citei no meu blog, depois passe lá!
    Lindo! Fantástico!


  6. Anônimo Says:

    O mar me segue e eu adoro...
    Bela poesia!!

    lindo dia
    beijos



  7. O mar não beirava nada, beirava tudo, o mundo.

    Abração!


  8. Bruno Says:

    Não fique surpreso! Antigamente eu escrevia muito bem, olhe os posts antigos. Não consigo mais escrever direito, mas ainda sou um excelente leitor; sei reconhecer um bom escritor de longe!